quarta-feira, 15 de maio de 2019

Mais de 10 mil pessoas nas ruas de Teresina em defesa da Educação pública e contra a reforma da previdência

Ataques do governo Bolsonaro/PSL foram o motivo do protesto; manifestantes também denunciaram o governo Wellington/PT










A greve nacional da educação contou com forte adesão no Piauí. Estudantes, docentes e técnicos-administrativos de escolas públicas, do Instituto Federal do Piauí, da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Estadual do Piauí tomaram as ruas de Teresina e de diversas cidades do interior e litoral do estado para protestar contra os cortes no orçamento da educação anunciado pelo governo Bolsonaro, que impactam as políticas públicas educacionais de conjunto, em todas as esferas: municipal, estadual e federal. A luta de milhares de pessoas que foram às ruas nesta quarta-feira também foi para dizer não à reforma da previdência que o governo federal quer aprovar no Congresso Nacional, que penaliza ainda mais os mais pobres e as mulheres, aumentando tempo de contribuição e também idade mínima para aposentadoria.

O ato foi um excelente ensaio, um “esquenta”, para a greve geral convocado pelas centrais sindicais, dentre elas a CSP Conlutas, para o dia 14 de junho, contra a reforma da previdência. Em nível nacional, também aconteceram atos massivos, que animam a classe trabalhadora, a juventude e o povo pobre a construírem, desde já, pela base, a greve do dia 14 de junho, agora com todas as categorias, para parar o país, em defesa do direito à aposentadoria, e contra a reforma da previdência que foi encomendada para garantir ainda mais dinheiro para os banqueiros.

No Piauí, em especial, um destaque foi a adesão de escolas públicas estaduais, municipais e da Universidade Estadual (Uespi) ao movimento. No caso da rede de ensino estadual, incluindo o de nível superior, é enorme o descontentamento de estudantes e trabalhadores/as da Educação com o governo Wellington Dias/PT. Tal governo implanta um processo de cortes de verbas precarizando escolas e a Uespi, a maior instituição de ensino superior do Piauí. Além disso, Wellington tem sido, dentre os governadores, o maior defensor de que se faça uma reforma da previdência para favorecer  banqueiros e prejudicar milhares de trabalhadores. Por isso, diante da insatisfação e revolta do funcionalismo estadual, até a representação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Piauí (Sinte), que tem forte peso de petistas em sua direção, foi às ruas para denunciar que a luta contra a reforma da previdência não é apenas contra o governo Bolsonaro. “Nossa luta também é contra o governo do Piauí, que inclusive já antecipou pontos da reforma”, afirmou Paulina Almeida, presidente do Sinte.

Para se ter ideia de quanto o governo do PT no Piauí tem aproximação com os ataques de Bolsonaro, no mesmo momento em que em torno de 10 mil pessoas marchavam no centro de Teresina contra a reforma da previdência nesta quarta-feira, representantes do governo confirmavam, em audiência pública na Assembleia Legislativa, que Wellington pediu permissão, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para revisar 36 mil aposentadorias de servidores estaduais. Na prática, Wellington quer fazer com que muitos aposentados sejam desligados da previdência estadual e sejam considerados aposentados pelo INSS, o que vai resultar em diminuição de aposentadorias e pensões.

Para barrar os ataques de Bolsonaro, de Wellington Dias, e também das administrações municipais como a de Firmino Filho (PSDB/Teresina), é preciso continuar apostando na luta unitária da classe trabalhadora e juventude. Os atos públicos desta quarta-feira foram grandiosos em todo o país e comprova a disposição de luta dos trabalhadores e trabalhadoras e estudantes para defender direitos como a aposentadoria e a educação. Agora é hora de fortalecer a organização e luta para construir uma forte greve geral em 14 de junho.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Margareth Coelho, uma deputada a serviço de Bolsonaro, dos banqueiros, e contra as mulheres trabalhadoras

Wellington/PT e Margareth/PP defendem reforma da previdência: aliança contra a classe trabalhadora



Por: Patrícia Andrade e Yara Ferry,  da direção do PSTU/Piauí


A deputada federal Margareth Coelho (PP) faz parte da bancada de parlamentares piauienses que dão sustentação ao governo de ultra-direita Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. Membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, ontem ela votou juntamente com mais 47 parlamentares a favor da Reforma da Previdência, que beneficia principalmente os banqueiros e ataca sobretudo as mulheres trabalhadoras, aumentando a idade mínima para aposentadoria, reduzindo o valor das pensões para as viúvas, entre outros ataques. Quais as lições que podemos tirar com a postura de Margareth Coelho no Congresso Nacional?

Uma delas é que o chamado “empoderamento” feminino, deslocado da questão de classe social, é apenas parte de um falso discurso de que a “democracia” está sendo fortalecida por mulheres que avançam na ocupação de espaços políticos na sociedade. Na prática, a “empoderada” Margareth Coelho está a serviço de um governo reacionário, machista, e lgbtfóbico, e que tem ligações estreitas com milicianos, que mataram a vereador Mariele Franco (Psol-RJ). Logo Margareth, que participou de ato público em repúdio à morte de Mariele, em frente ao Memorial Esperança Garcia, e que dizia estar na linha de frente contra o feminicídio?

A trajetória de Margareth tem origem política nas oligarquias da região sul do Piauí. O PT, no entanto, tem grande culpa na projeção e eleição não só de Margareth Coelho, mas de praticamente toda a bancada de deputados e senadores que fazem parte hoje da base de apoio do governo Bolsonaro. Os aliados na eleição do governo Wellington/PT no Piauí são os mesmos que se aliaram nacionalmente com Bolsonaro desde o início do ano para aprovação de medidas contra a classe trabalhadora, como a reforma da previdência: Ciro Nogueira, Iracema Portela, Júlio César, Marcelo Castro, Margareth Coelho, ... Isso, na verdade, não é tanto de se estranhar, já que Wellington Dias é um dos governadores que mais defendem uma reforma da previdência que afetará sobretudo aos mais pobres.

A projeção de Margareth pelo PT também tem outro fator. Ela foi vice-governadora de Wellington Dias (2014-2018) e soube vender uma falsa imagem de que defende a causa das mulheres, ao se colar ao movimento feminista policlassista petista durante todo o mandato. A postura de Margareth na votação da CCJ, ontem, mostrou que a deputada sempre esteve contra as mulheres da classe trabalhadora, e a favor das mulheres da classe dominante burguesa que se sustenta a partir da exploração dos mais pobres. Mostrou ainda os limites do movimento feminista policlassista que existe para garantir o "bom" funcionamento do sistema capitalista, que oprime, explora e mata as mulheres da classe trabalhadora.

É hora das mulheres e homens da classe trabalhadora fazerem a luta unificada contra a reforma da previdência, na construção de uma greve geral em nosso país. Por isso, é importante nossa participação nos atos convocados pelas centrais sindicais, dentre elas a CSP Conlutas, para o dia 1º de Maio, Dia Internacional da Classe Trabalhadora. Em Teresina, o ato acontecerá nas imediações do CSU do bairro Parque Piauí, zona sul, a partir das 8h.

A política do toma-lá-dá-cá no Piauí envolve votos à reforma da previdência




Por Gervásio Santos

Jair Bolsonaro foi eleito defendendo a “nova política” e que cenas como a acima não mais se repetiriam: políticos tradicionais e desavergonhados em negociatas com o governo para trocar seus votos, dentro do Congresso Nacional e do Senado, por cargos e verbas federais. A tal frase “a mamata vai acabar”, de Jair Bolsonaro, era só jogo de cena. Basta ver que Ciro Nogueira (PP/PI), um dos mais citados em escândalos de corrupção no Brasil, é um dos que serão beneficiados pelas nomeações de cargos federais no Piauí, junto com outras raposas políticas bastante conhecidas como Átila Lira (PSB), Iracema Portela (PP), Júlio César (PSD)....

A prática de Bolsonaro é a mesma dos governos anteriores, a do toma-lá-dá-cá. É assim que o governo quer “convencer” os deputados e senadores para a aprovação de medidas duríssimas contra a classe trabalhadora. Um destes ataques é de grande interesse dos banqueiros e grandes empresários: a reforma da previdência, que quer fazer com que os trabalhadores morram sem conseguir se aposentar, ou que se aposentem ganhando uma mixaria.

A reforma proposta pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, na prática, irá acabar com a aposentadoria de milhares de brasileiros e “economizar” R$ 1 trilhão para dar aos banqueiros. Caso a reforma seja aprovada, serão os bancos que, além de arrecadarem mais dinheiro público para o pagamento da questionável dívida pública, vão poder “vender” planos de previdência através de um sistema de capitalização que já se comprovou totalmente prejudicial ao povo de outros países, como o Chile, onde o índice de aposentados indigentes é altíssimo e também, por isso, é alto o número de suicídio entre idosos.

Ou seja, a reforma só é boa para um punhado de grandes empresas e multinacionais, incluindo aí as seis pessoas mais ricas do Brasil, que concentram juntas a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres do país. Isso é a metade do Brasil. Daí a razão para que o festival de distribuição de cargos e verbas federais esteja ocorrendo sem pudor em todas as regiões do país. Para que a reforma da previdência seja aprovada rapidamente e sem muitas mudanças, Bolsonaro abre o cofre federal e oferece inúmeros cargos aos políticos de todas a nuances políticas (PP, DEM, MDB, PR, PRB). E a maior parte da bancada de parlamentares que faz parte da base de apoio ao governo Bolsonaro também é base aliada de Wellington Dias/PT no Piauí, governador que se destaca nacionalmente em defesa da reforma da previdência que ataca os mais pobres.

Para evitar a aprovação da reforma da Previdência, teremos que construir um calendário de atos e paralisações, como o 1º de maio, que rume para a Greve Geral no país. A classe trabalhadora e o povo pobre precisam tomar as ruas, botar pra fora todos esses salafrários que querem rifar e leiloar nossos direitos e aposentadoria, e assumir em suas mãos os destinos do nosso país. É tarefa das centrais sindicais construir esta greve geral que já vem sendo defendida pela Central Sindical e Popular – CSP Conlutas.


Um Congresso Nacional de vendidos e a cláusula de barreira

Em várias ocasiões, como a da reforma trabalhista de Temer, em 2017, a Câmara dos Deputados e o Senado deram provas de que, em sua maioria, é de políticos vendidos. Não há expressão melhor para descrever os componentes do Parlamento Nacional. Primeiro – ainda candidatos – se vendem para as empresas que financiam suas campanhas. Depois – já no mandato – seguem vendendo os seus votos para aqueles que pagarem mais, o que, por óbvio, nunca é o eleitor que os elegeu.
Estes políticos salafrários são os mesmos que aprovaram uma reforma política que garantirá a eles o monopólio da representação política do país. Eles sabem que cresce a cada dia a revolta da população contra este tipo de prática e este tipo de político. Como garantir, então, a reeleição destes políticos vendidos? Simples, basta inviabilizar os partidos menores e ideológicos que não se deixam levar pela política do vale-tudo eleitoral, como o PSTU. E ao mesmo tempo, fortalecer os mesmos partidos corruptos de sempre, com muito dinheiro do fundo eleitoral, e monopólio do tempo de rádio e tv, e participação em debates nos meios de comunicação.
Ao aprovarem a cláusula de barreira no Congresso Nacional, que penaliza os partidos que não tiverem determinado número de votos, conserva-se o controle da política nas mãos dos mesmos picaretas que hoje controlam o Congresso Nacional. Com a reforma política, buscam impedir que surjam agremiações partidárias que possam ameaçar o controle que tem hoje. A cláusula de barreira tem esta utilidade.
Dizer que a cláusula de barreira vai acabar com o “toma lá dá cá” dentro do Congresso é o mesmo que dizer os responsáveis por esta situação é o PSTU, que nem parlamentares federais têm! E o país inteiro sabe que os grandes responsáveis pela corrupção na política brasileira são os grandes partidos – o PMDB, PT, DEM, PSDB, PP… os mesmo de sempre.
O sistema eleitoral em nosso país é podre, e agora está ainda mais antidemocrático. Por isso, dizemos que as eleições não mudam a vida do povo, e que é preciso fazer uma limpa geral, botar pra fora todo mundo que está aí, de presidente a governadores, passando por deputados e senadores.
O Brasil precisa de um outro tipo de governo, socialista, da classe operária e do povo pobre, que funcione através de conselhos populares, onde a população decide cotidianamente o que deve ser feito no país. Precisamos de uma revolução socialista.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Reforma de Wellington/PT ataca o funcionalismo e afeta serviços públicos

Ciro e Wellington articularam a reforma desde 2018; foto: Portal Política Dinâmica


             Anunciada no final do ano passado e tendo como padrinho o senador Ciro Nogueira (PP), acusado de corrupção em diversos processos, a Reforma Administrativa proposta pelo governo Wellington Dias foi apresentada à Assembleia Legislativa no dia 19/02.
A tão propalada reforma, como já era de se esperar, irá atacar drasticamente o funcionalismo público e a população pobre, além de precarizar mais ainda os serviços públicos e, por outro lado, vai poupar dos cortes financeiros e de suas medidas draconianas os banqueiros, grandes empresários, especuladores e o agronegócio.

A reforma administrativa de WD atacará prestadores de serviço, funcionalismo e a população em geral

As medidas propostas na reforma administrativa, caso aprovadas, resultarão em congelamento de salários, promoções e progressões dos servidores, e no impedimento de realização de concursos e nomeação de concursados em diversas áreas do serviço público, desrespeitando Planos de Cargos e Carreiras e afetando diretamente a população usuária.
Com a demissão de milhares de trabalhadores/as terceirizados previsto no pacote e sem realização de concursos, o resultado será mais desemprego de pais e mães de família, e precarização e superexploração dos funcionários públicos efetivos, que terão que ainda mais serviços, e com salários rebaixados por anos e anos de inflação. Os contratos de empresas terceirizadas que permanecerem vão representar ainda mais arrocho salarial para os trabalhadores. Já os que perderam o emprego, agora terão que lutar para receberem os direitos trabalhistas e também salários atrasados, férias vencidas, além de tíquetes salariais não pagos pelas terceirizadoras.
De acordo com a reforma proposta, o governo extinguirá 19 órgãos e fará a fusão de outros, praticamente desaparecendo. É o caso, por exemplo, da Fundação Cepro (órgão responsável a fomentar pesquisas sobre a realidade socioeconômica no Piauí) que será incorporada à Secretaria de Planejamento. E entre os órgãos que serão extintos estão a do Trabalho e Emprego – a exemplo do governo Bolsonaro - e a do Desenvolvimento Rural – que está relacionada com o desenvolvimento e a consolidação da agricultura familiar e do homem no campo, favorecendo sobretudo ao agronegócio e aos que exploram o trabalho escravo.
O intuito da reforma, segundo o governo petista e seus aliados de plantão, acomodados nos partidos da direita tradicional, é a de realizar uma economia de R$ 300 milhões/ano e a de “enxugar a máquina pública, que anda bastante inchada”. Uma cantilena que os trabalhadores e, principalmente, o funcionalismo estadual já estão cansados de ouvir. Na verdade, serão medidas que auxiliarão o governo a fazer caixa e pagar os banqueiros (juros e encargos da dívida pública) e amenizar a queda de lucros dos capitalistas, em novos contratos de terceirizações e privatizações (através da Parceria Público Privada) e venda de prédios e terras públicas.
A reforma avança para demissões nos órgãos públicos estaduais ao propor uma auditoria e um novo recadastramento na folha dos servidores em geral. E, ainda nessa seara, a reforma propõe revisar toda aposentadoria e pensões do funcionalismo, levando a uma minirreforma previdenciária. Ou seja, o PT e Wellington Dias retribuem os votos que receberam da maioria dos servidores estaduais com um pacote de ataques aos seus emprego, salários, direitos e aposentadorias.

Uma reforma que se propõe fazer caixa para banqueiros e o agronegócio

O PT, na verdade, ao querer aprovar esta reforma administrativa, busca retomar os lucros dos capitalistas, que caiem a cada dia com a crise econômica instalada no país desde 2008, e acumular dinheiro para pagar banqueiros e os grandes empresários, além de fomentar o agronegócio.
A reforma administrativa não é nenhuma novidade. Todos os governos quando passam por uma crise financeira, buscam logo elaborar um plano econômico que, dentre outras medidas, visam congelar os salários, reduzir despesas e “enxugar a máquina”, tudo para manter os lucros dos capitalistas e poder pagar religiosamente as dívidas juntos aos banqueiros, nacionais e internacionais. E, como sempre, a conta dessa crise acaba sendo repassada para os(as) trabalhadores(as), a população pobre e carente e a sociedade em geral, com as precarizações das prestações dos serviços públicos como a saúde, educação e segurança.
Nos 14 anos de administração Wellington Dias, por exemplo, reformas e mais reformas foram sendo realizadas para que as finanças públicas do Estado fossem se readequando às crises. Exemplos disso foi o aumento de 11% para 14% da alíquota de repasse para a aposentadoria estadual, em 2016, e o aumento de impostos e da alíquota de ICMS em diversas mercadorias, como o gás de cozinha, em 2017, além de extinção de diversos órgãos públicos e privatizações, como a mais recente, em parceria com o prefeito Firmino Filho (PSDB), que privatizou o serviço de água e esgoto de Teresina.

Há uma outra saída para a crise: um plano econômico que penaliza os capitalistas e protege os trabalhadores
O governo petista, no Estado do Piauí, caso, realmente, fosse um governo comprometido com a população pobre e com os trabalhadores, proporia outra alternativa para essa crise que vem se desenrolando desde 2008. Apresentaria um plano econômico que viesse atacar os grandes banqueiros, empresários, especuladores e o agronegócio, em vez de prejudicar a classe trabalhadora e a população. Um plano que contemplasse a suspensão da dívida pública, a cobrança dos devedores do Estado e a reforma agrária no campo piauiense. Além disso, poderia cortar mordomias e privilégios dos políticos e juízes, estes sim marajás, que custam muito caro ao estado, com altíssimos salários e regalias como auxílio-moradia, auxílio-paletó etc.
De acordo com dados do próprio governo, fornecidos em seus sítios e plataformas alojados na internet, a divida pública do governo está na casa dos R$ 4 bilhões. Sendo que, a cada ano, o governo envia para os banqueiros uma cifra de R$ 476 milhões apenas de juros e encargos, algo bem maior do que a quantia que o governo propõe economizar com a reforma administrativa (www.sefaz.pi.gov.br/ www.receita.fazenda.gov.br, 2017). É uma dívida questionável (uma auditoria poderia revelar graves irregularidades e desvios de recursos), que tira dinheiro dos serviços públicos essenciais. Por isso, o pagamento de tal dívida deveria ser suspenso imediatamente.
Outra opção do governo seria a cobrança dos devedores do Estado, que, em sua maioria, é composto por grandes empresários. Vários desses empresários, especuladores e empresas ligadas ao agronegócio devem uma quantia bastante razoável ao governo e não pagam. Segundo o próprio governo, através de informações da Secretaria de Fazenda do Estado, no ano de 2015 a dívida ativa do Piauí (dívida que o governo tem a receber junto aos empresários) estava na casa de R$ 4,2 bilhões. Outro número elevado e bem maior do que o que o governo propõe realizar com os ataques aos trabalhadores, ao funcionalismo e à população com a reforma. Em vez de cobrar devedores, o governo constantemente faz perdões de dívidas dos grande empresários e ainda oferece isenção de impostos aos grandes empreendimentos.
Contudo, o governo Wellington Dias (por ser um governo com rabo preso aos capitalistas) não tem disposição para aplicar esse plano alternativo, que resultaria no recolhimento de um montante de dinheiro bem maior do que propõe a reforma administrativa e pouparia o funcionalismo e a população de tanto arrocho e precarização dos serviços públicos. Wellington jamais irá romper com aqueles que patrocinam suas eleições e o sustentam na governabilidade do Estado. Imaginem o PT cobrar uma dívida de quase R$ 300 milhões de grupos empresariais financiadores das campanhas do PT.
Como não quer cobrar a conta da crise perante seus aliados capitalistas, o governo petista ataca o funcionalismo com arrocho salarial e demissões, corta investimentos nos serviços públicos essenciais como educação, saúde e segurança e avança com as privatizações das estatais.

Organizar uma forte resistência à reforma administrativa: retormar o Fórum dos Servidores Públicos do Estado e construir uma forte greve geral

Diante destas medidas de ataques ao funcionalismo, à população e ao serviço público, contidas na reforma administrativa do governo Wellington Dias, não restará aos servidores, à população e aos movimentos sindical e social a não ser organizarem uma resistência unificada e forte contra essa reforma.
É necessário e urgente reorganizar o Fórum dos Servidores Estaduais no Piauí no sentido de construir uma forte luta contra essas medidas, aliada à luta nacional da classe trabalhadora na construção de uma greve geral contra a reforma da previdência e outros ataques promovidos pelo governo federal de Bolsonaro.
É preciso suspender o pagamento da dívida aos banqueiros; acabar com as desonerações fiscais às grandes empresas e bancos; cobrar impostos dos ricos; proibir a remessa de lucros para o exterior; reestatizar a estatais privatizadas, como a Cepisa e Agespisa, sem pagar um tostão de indenização, e colocá-las sob controle dos trabalhadores e das comunidades.
Podemos conquistar esse plano com uma rebelião social dos de baixo e um governo socialista dos trabalhadores, apoiado em conselhos populares.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Luciane questiona privatização da Agespisa e denuncia contratos terceirizados da empresa Águas de Teresina





A candidata ao governo do Piauí pelo PSTU, Luciane Santos, entrou com representação no Ministério Público Estadual na manhã desta quarta-feira, onde pede investigações sobre a contratação de serviços terceirizados pela empresa Águas de Teresina. “Recebemos diversas denúncias em que os trabalhadores relatam condições degradantes de trabalho, horas extras não pagas e baixíssimos salários impostos por empresas terceirizadas contratadas pela Águas de Teresina, dentre elas a Belazarte. Além de denunciarmos a situação precária de trabalho, questionamos também sobre a propriedade da Belazarte, se ela é ligada direta ou indiretamente a família do prefeito Firmino Filho”, informou Luciane Santos. "Além disso, a qualidade dos serviços prestados piorou e falta água em vários bairros de Teresina", disse. Ela foi ao Ministério Público acompanhada pelo candidato a senador pelo PSTU, Gervásio Santos, presidente do diretório estadual do partido.

“Desde o início fomos contra a privatização dos serviços de água e esgoto no Piauí, ocasionado pelo acordo feito entre o governo Wellington Dias/PT e Firmino Filho/PSDB. O fechamento da Agespisa precisa ser revertido. Defendemos que a Agespisa seja saneada e seja totalmente pública, sob o controle dos trabalhadores urbanitários e da população trabalhadora usuária. A população vem se queixando cada vez mais do aumento das contas de água e dos serviços. E para garantir serviço de água e esgoto com boa qualidade, com redução de tarifas, é necessária a reestatização do sistema de abastecimento d’água e tratamento de esgoto. Os trabalhadores terceirizados devem ser incorporados à Agespisa, com todos os direitos respeitados, e salários compatíveis com as funções desenvolvidas na empresa”, defendeu Luciane. “Precisamos ainda colocar na cadeia os responsáveis, em sucessivos governos, pelo desmonte da empresa, que foi saqueada por anos e anos por corruptos. Defendemos a prisão e confisco dos bens dos corruptos e corruptores”, continuou.

Segundo a candidata do PSTU, não só o processo de privatização da Agespisa precisa ser revertido. “Defendemos o fim de todas as privatizações, inclusive a realizada através das Parcerias Público Privadas (PPPs) no Piauí. A privatização só serve para o enriquecimento dos grandes grupos empresariais, que faturam muito dinheiro através da exploração dos trabalhadores terceirizados. Nossa candidata a presidente da República, Vera Lúcia, também defende o cancelamento do leilão da privatização da Eletrobrás Piauí (Cepisa). Todas as empresas estatais devem ter capital 100% público e serem colocados sobre o controle da classe trabalhadora. É por conta do avançado processo de privatização da Petrobrás que estamos vivendo um verdadeiro sufoco para comprar o gás de cozinha, ou para a compra do combustível nos postos”, afirmou Luciane Santos.

INÍCIO OFICIAL DA CAMPANHA – Chamado nacionalmente de “Dia 16” em alusão ao número da legenda do partido, o PSTU fará atos e ou caminhadas em todo o país para dar início às atividades de campanha eleitoral. No Piauí, o primeiro dia oficial de campanha de Luciane Santos e demais candidaturas do PSTU será no bairro Santa Maria da Codipi, zona norte de Teresina. Às 8h haverá concentração de militantes no mercado do Parque Wall Ferraz. Às 9h, caminhada no conjunto habitacional Jacinta Andrade (local de moradia de Luciane Santos). A partir das 10h30, serão realizadas visitas a apoiadores na ocupação Dandara dos Cocais. Na oportunidade, serão apresentadas as candidaturas e o programa defendido pelo PSTU para atacar os principais problemas da classe trabalhadora como desemprego, falta de moradia, precariedade da Educação e Saúde públicas, assim como a necessidade de se fazer uma rebelião no país para defender direitos e anular e barrar as reformas que atacam os trabalhadores.


Mais informações:

Daniel Solon
(86) 99976-1400
Equipe de Comunicação


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Governo Wellington acusado de corrupção na Seduc: Cadeia para os corruptos e corruptores!



Operação da PF na  Seduc. Crédito da foto: Piauí Hoje

Durante muitos anos, antes de chegar ao poder, o PT tinha como eixo a “ética na política”. Hoje, após 14 anos que passou à frente do poder federal e atrelado ao poder estadual do Piauí, nem cita mais esse tema. Depois dos escândalos do mensalão e da Lava-Jato, mesmo seus apoiadores sabem que o PT é igual aos partidos tradicionais de direita quanto à corrupção e em outros quesitos. E nesta semana, mais precisamente no dia 02 de agosto, a forte suspeita de corrupção e de desvio de dinheiro público marcaram presenças, mais uma vez, na história do Partido dos Trabalhadores, no estado do Piauí, sendo alvo de operação policial.

A Polícia Federal ocupou o prédio da Secretaria de Educação do Estado do Piauí (Seduc), que até recentemente era administrada pela deputada federal Rejane Dias, esposa do governador Wellington Dias, ambos do PT, com o fim de desarticular organização criminosa responsável por fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados à prestação de serviços de transporte escolar ao Governo do Estado do Piauí, custeados por recursos federais. Segundo cálculo da PF, o rombo destas fraudes e corrupções, dentro da Seduc-PI, ultrapassa R$ 119  milhões.

Escândalos de corrupção em série

Ao chegar ao poder, federal e estadual, o PT adotou o mesmo clientelismo e relações promíscuas com os grandes partidos e com as empresas e bancos. O governo Wellington não fugiu à regra. É o que mostra os apoios que seu governo tem dos partidos como MDB de Michel Temer e o PP de Ciro Nogueira, figuras e organizações envolvidas em vários processos de corrupções. Os casos da Lava a Jato, envolvendo vários membros deste partido, e esse caso de fraudes e desvios de dinheiro público na Seduc, que envolve o governador e sua esposa, mostram o quanto o PT está adaptado às práticas de corrupção do Estado capitalista.

Corrupção e capitalismo andam de mãos dadas

A resposta para entender por que o governo do  PT está metido com casos de corrupções tanto quanto os governos do MDB e PSDB está na relação do partido com o Estado. O PT fez uma opção política: administrar o Estado capitalista e fazer parte de tudo que está aí. O resultado não poderia ser diferente.

O capitalismo ampliou e sofisticou a máquina burocrática do Estado. A alta burocracia é a representante direta do interesse geral dos patrões que usam todas as armas que dispõem para manter e ampliar seus negócios. Assim a corrupção do governante que administra os negócios do Estado é parte carnal do sistema. É o resultado de um sistema em que o contrato ganho por uma empresa significa o prejuízo de outra. As terceirizações, as tais Parcerias Público Privadas (PPPs), e outros processos de privatização de empresas públicas faz parte desta lógica de corrupção, assim como os “grandes projetos” financiados pelo Estado para infraestrutura do agronegócio, a partir do endividamento público. A política de endividamento do Estado feita principalmente por Wellington resultou no comprometimento do cofre estadual para a dívida pública (quase 4 bilhões de reais), favorecendo os banqueiros e impedindo investimentos nos serviços públicos. E a entrega das estatais (Agespisa, Ceasa) para os lucros dos grandes grupos empresariais, são a cópia do modelo entreguista de Temer, como o caso mais recente da privatização da Cepisa.

Ao longo de sua história, o PT dizia que acabaria com a corrupção. Bastaria votar no partido que o sistema mudaria. Quem mudou, porém, não foi o sistema, mas o PT. Seus dirigentes tomaram a frente dos mais altos cargos do Estado e mudaram de vida. Começaram a ter privilégios, ganhar altos salários e a se relacionar com grandes empresários, ávidos em abocanhar contratos com o Estado. Na prática, os dirigentes do partido estavam adotando o modo de vida típico dos patrões e dos altos funcionários do Estado capitalista. Daí para a corrupção, foi um pulo.

O vale-tudo das eleições

A política eleitoralista do PT também levou o partido à corrupção. A lógica de eleger e reeleger a cada eleição um maior número de parlamentares, prefeitos, governadores etc. fez com que o partido jogasse as regras do jogo.  Nas eleições, são as empresas privadas que financiam a campanha eleitoral dos grandes partidos. Na sequência, empresários, banqueiros e latifundiários cobram a fatura e exigem contratos com a administração pública em troca de novos financiamentos de campanha. É desse jeito que os direitos dos trabalhadores são negociados e leis em favor dos ricos são aprovadas. Essas são as regras do jogo da democracia burguesa, na verdade uma democracia para os ricos e corruptos e uma ditadura para os trabalhadores.

Um novo projeto é preciso

O descrédito nos políticos é imenso. As operações da Lava a Jato e a recente “Operação Topique”, na Seduc, desnudaram, inclusive, um lado que muitas vezes ficava escondido nos escândalos: o corruptor. Nas denúncias que têm vindo à tona no caso da Lava a Jato e, agora, da “Topique”, o papel dos grandes donos de empresas é escancarado. São empresários subornando políticos e funcionários do governo para obter licitações fraudulentas, desvio de dinheiro público e outras maracutaias. As denúncias trazidas à tona pela polícia federal na Seduc e que marcam o governo Wellington Dias (PT) mostram o verdadeiro balcão de negócios em que o Estado é transformado para favorecer grandes empresários, banqueiros e políticos corruptos.

Não existe nenhuma possibilidade de "transformar" o sistema capitalista e acabar com a corrupção, pois esse sistema se caracteriza pela exploração e opressão da maioria para garantir os lucros e privilégios de uma minoria de poderosos. Isso só vai ocorrer quando a classe operária se levantar contra os exploradores e tomar o poder e construir seu próprio Estado. Com suas formas de governo, conselhos operários, onde as decisões sejam tomadas democraticamente pelos trabalhadores.

Somente a mobilização e a rebelião da classe trabalhadora, os principais interessados no fim da corrupção, podem dar um basta nessa roubalheira e avançar em outras medidas que superem esse sistema capitalista corrupto.

O programa que defendemos para acabar com a corrupção

O PSTU defende a prisão de corruptos e corruptores, confisco de seus bens e afirma que a corrupção e o capitalismo "andam de mãos dadas". Os políticos devem receber um salário médio de um trabalhador comum e seus mandatos devem ser revogáveis, ou seja, que a população possa tirar a qualquer momento os que ocupam os cargos públicos. Quem não cumpre suas promessas e se envolve em escândalos de corrupção deve ser afastado. Quanto aos corruptos e corruptores, é preciso exigir prisão e confisco dos seus bens.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

CONVENÇÃO ESTADUAL DO PSTU: O Piauí e o Brasil precisam de uma rebelião!


Militantes, amigos e amigas do PSTU são nossos/as convidados/as para participar da Convenção Eleitoral estadual que acontecerá neste sábado, 4 de agosto, às 18h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa (Av. Marechal Castelo Branco, 201, bairro Cabral).

Venha participar deste momento político importante que vai oficializar nossas candidaturas de luta e socialistas para o governo do estado, para deputados estadual e federal, e para o senado.

Assim como a campanha de Vera e Hertz para presidência da república, nossas candidaturas em nível estadual estarão à serviço das lutas em curso no país e no Piauí pelo direito ao emprego, salário, direitos trabalhistas, por terra e moradia, contra as reformas que atacam a classe trabalhadora, contra as privatizações e opressões (LGBTfobia, machismo, racismo...).

As eleições não vão mudar a dura realidade no país. Quando uma organização revolucionária participa das eleições não é para vender ilusões no sistema eleitoral ou na democracia burguesa. Nossas candidaturas vão usar todo o espaço que tivermos para apresentar um programa classista e socialista para atacar radicalmente os problemas enfrentados pela classe trabalhadora. Tal programa só pode ser implementado a partir da luta direta do povo pobre e trabalhador, contra os patrões. O que precisamos, de fato, é uma revolução socialista, para mudar realmente a difícil situação da classe trabalhadora.

FIM DOS PRIVILÉGIOS - Nossa campanha eleitoral também fará a denúncia dos privilégios dos políticos que, durante mandatos, vivem cheios de regalias e mordomias. Defendemos a redução salarial dos políticos (para o salário de um operário qualificado), e fim dos auxílio moradia, auxílio paletó, auxílio transporte etc. Esta defesa será oficializada ainda na solenidade de convenção do partido, com assinatura de termos de compromissos das candidatas e candidatos do PSTU.

FINANCIAMENTO - Como somos um partido independente, toda nossa campanha será custeada voluntariamente, por militantes e apoiadores trabalhadores, sem empresas e sem patrões. Por isso, fazemos um chamado para que ativistas da classe trabalhadora possam doar tempo e dinheiro para construção de nossas candidaturas.